domingo, 24 de julho de 2011

Algumas Coisas



Vou escrevendo, por mais que fique sem nexo, mas no fluir as palavras vão se encaixando. Muitas vezes pode-se interpretar mau o que digo, é fato que sou inconstante, mas que se faça juízo: quem realmente é? E então, muitas vezes, me correm as lagrimas, o desespero e até mesmo o medo. Mas quanto a que? Quando sinto-me sufocado, e o papel quem desatarraca minha garganta. Palavras, que estranha potencia a vossa. Potencia tal, que faz aliviar a dor que seja.
Algumas coisas fazem tão mal quando guardadas, quando estavam atarracadas em minha garganta pareciam sufocar, e até mesmo parecia tirar todo brilho e vivacidade que as coisas deveriam ter. É com papel e tinta que posso dizer tudo e todas as coisas que estão indigestas e me afligem. Desculpe, não sei minhas palavras são difíceis de encontrar a compreensão, e isto não é tendenciosidade muito menos prepotência. É apenas o jeito que consigo passar o que sinto, pelo dom das palavras.

Seus Olhos


Você foi se afastando. Fiquei te olhando. Ainda tentando segurar o calor e o gosto do seu beijo na minha boca. Ver você se afastando de mim fez sentir-me mal, parecia um adeus. Sai, então. Sumi. Estou longe, tão longe. Cheguei, andei, dormi. Do inicio ao fim. Estou fazendo tudo com muita calma, quero guardar seu calor em mim. Anteriormente, a noite me alegrava e trazia até mim os seus olhos. Só quero uma coisa, deitar, abrir meus olhos e ver que estou novamente a alguns instantes do início desta crônica. Queria poder voltar e ter você nos meus braços. E aí sim, neste momento, o tudo pode voltar a ser uma coisa só. A noite já não seria necessária. Eu tenho você. Minhas lembranças imaginárias já não são necessárias. Seus olhos. Agora eu os tenho de volta. Agora eles são reais, eu os tenho tão perto. Olho bem no fundo deles. Neles vejo um segredo. Tento decifrá-lo. Não consigo. Eles querem me dizer algo. Já não é noite nem dia, a fixação que tenho em seus olhos torna todo o resto insignificante. Por alguns momentos vejo milhões de coisas no seu olhar. Na minha mente são tantas, mas não consigo verbaliza-las. Se conseguisse um livro seria pouco.
                Mas não me preocupo. Todo segredo que seu olhar me traz prende-me a você. A fixação é tanta que nada mais importa. Nada mais. Posso ficar fixado em você até meu ultimo suspiro. Já não é mais a noite, mas tudo me leva a você.

Sem Mais


Eu queria poder ter feito você sorrir mais essa noite. Queria poder ter passado essa noite ao seu lado. Dar-te abraços. Ter conseguindo mostrar e demonstrar melhor pra você tudo o que você é para mim. Mas não consegui e não posso. Não consegui por que me falta essa capacidade, e essa distância não deixa. Essa distância... Parece a distância do adeus. Parece que você se distancia de mim. Não quero um adeus.
                Os quilômetros e as horas nos separam. As horas quase que não passam, e os quilômetros quase que se multiplicam. Não passam e se multiplicam a tal ponto que o impossível deixa de existir. E o que até então, para mim, parecia impossível, agora parece se tornar real. Essa distância, essa saudade. Fazem parecer que você se distancia de mim.
                Eu não imaginava o perigo que seria, para o meu coração, se um dia aparecesse em minha vida alguém com a tua proporção... Agora eu sei. Eu sei, me falta falar, demonstrar, expressar, manifestar, revelar, gritar! Todos os meus solilóquios... Tudo o que urde... Me falta tudo isso. Mas já não importa. Você é.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Releitura

Estava relendo o que já escrevi para você. Fez-me sentir tão bem, ler e lembrar cada sorriso, cada gesto, cada carinho que me inspirou a escrever. E percebi que realmente tudo se desenrola em pedaços de uma interminável poesia sobre você. Mudei de poema pra poesia, poema é arte escrita. Mas você não é apenas poema, é poesia, verso, palavra, música, harmonia,  ode, encanto, epopeia, graça, dança, movimento e sentimento. É o que completa tudo, é meu poder criativo, minha musa à inspiração. Queria dizer agora que te amo, dizer olhando em seus olhos. E quando o som das minhas palavras tocarem seus ouvidos e em seu rosto um sorriso surgir... Nesse momento... Nesse momento nada mais importa.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Afonia


E nem a gente percebe direito
O tempo passa,
O que antes se temia,
Agora acomoda o ser
Se descobre que a solidao
É apenas afonia do proprio eu

sábado, 9 de julho de 2011

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Saudade.
Desmancha-se em mim
como as pétalas da flor
que murcham, caem e apodrecem.
Ah, poesia.

Envolva-me, mais que meus sonhos
Transcenda toda a felicidade
E no desabrochar de uma nova rosa
Traga o meu amor.

Esperar

Dormir. Shakespeare disse: talvez sonhar. Talvez?
                Amar. Como disse Pessoa, “que queres que te diga, além de que te amo?”. Digo mais, digo além.
                Sorrir. Cartola cantou que pretendia levar a vida sorrindo.
                Chorar. Antoine Exúpere escreveu que corremos o risco de chorar quando somos cativados.
                Cantar. Queria cantar como cantou Jobim dizendo que gostaria de escrever belas canções, lindos poemas e doces frases de amor.
                Voar. Quero voar sem medo de ficar tonto, como sugeriu Goethe.
                Me sinto bobo. Em vários verbos tento encontrar um motivo. Mas motivo não há. E é assim, fecho os olhos e a saudade aperta. Sufocado. É assim que me sinto, não há verbo que melhor expresse. Parece que algo segura minha garganta, aperta meu estômago e faz meu coração chorar.
                E nada parece fazer sentido, nem dormir, nem sonhar. Sozinho, digo que te amo, mas as palavras ficam ao vento. Levar a vida sorrindo não tem sentido, o que tem sentido sem você? As lágrimas secaram e as belas canções parecem se esgotar. Voar me deixaria no céu, mas longe de você.
                Me resta o que?
                O jeito é esperar você voltar.